Nossa casinha

Faz um mês que nos mudamos. 
Nossa casa é branquinha e parece uma casa de praia.
Continua no centro da cidade e ainda ouvimos barulhos consequentes da urbanização.
Temos quatro quadros pendurados, e um ainda esperando para ocupar alguma das paredes, todos pintados por meu sogro.
Também temos um quadro que foi presente de um amigo de Dani, e está na galeria, acompanhado das borboletas.
A galeria é o espaço da casa onde entra mais luz. E tem uma cadeira, onde podemos apreciar o quadro, as borboletas e uma das torres da Sagrada Família.
Nossa casa tem 3 quartos, onde o maior foi escolhido para ser o escritório, onde estamos agora, escutando música, comendo cheetos, ele, trabalhando, eu, acompanhando.
A cozinha é grande e podemos preparar o café da manhã juntos sem atrapalhar um ao outro.
Temos até uma lavadora ecológica, mas já falei dela em outro post.
O nosso quarto tem somente nossa cama, duas mesinhas de noite e claro, as incríveis paredes branquinhas.
Também existe o quarto da bagunça, onde estão os sapatos, os ármarios com nossas roupas e as malas.
A sala ganhou uma mesa nova, perdeu a Wii e está decorada toda em branco e negro.
Curioso mesmo é que de um lado está o banheiro e do outro o chuveiro. Assim ninguém tem que esperar ninguém.
Faz um mês que nos mudamos e tenho a sensação de que só hoje consegui desfrutar da nossa casinha ao 100%.
Durante a semana quase não estou em casa, chego e depois de jantar já é hora de ir dormir e praticamente não me dá tempo de sentir a sensação que sinto agora...como eu gosto da nossa casinha branca de praia dentro da cidade!
Ainda falta comprar uma "coisinha aqui" de decoração, uma "coisinha ali" para guardar o que ainda está ems caixa e por exemplo, comprar taças de vinho, uma das coisas que "perdemos" na mudança.
Mas...como eu gosto da nossa casinha branca de praia dentro da cidade!

A lavadora

Depois de muito pensar, decidimos comprar a lavadora da foto. Na foto, ela até parece "normal" mas, não, não é. Para começar, todo mundo que entra na cozinha primeiro pergunta o que é e quando explicamos, vem a gozação no formato de risada ou pedindo que a gente fale a verdade. Tudo isso porque "ao vivo" ela parece de brinquedo e não sei se dá pra perceber muito mas a tampa é lilás, então vem o complemento: "aaaah essa é a lavadora de brinquedo de Renata."

O nosso modelo de lavadora é portátil. Sim, você pode levar ela para onde quiser já que não necessita uma instalação com tubos e etc. Assim, economizamos água, luz, sabão e claro, ajudamos o meio ambiente. Tudo lindo até que...chega o momento de tirar a água da lavadora e claro, tudo tão ecológico sempre é feito de maneira artesanal. Em outras palavras, enchemos uns 4-5 baldes de água (que são "jogados" fora) a cada lavagem.

Escolhemos ela primeiro porque estava difícil encontrar algo novo e com um preço justo que coubesse no espaço que tínhamos disponível para a lavadora. Nossa maquininha foi super barata, compramos direto na loja e tem três anos de garantia. O preço que aparece não foi o que a gente pagou (pagamos menos) mas, se quiser ver mais: http://www.maxihobby.com/anunciados-tv/lavadora-portatil-para-camping-p-3954.html

E a pergunta....vale a pena? Rapaz...preciso ser sincera, preciso dizer que é uma canseira!!! E por isso estou desejando tanto que chegue a conta de água e de luz para ter a certeza (ou não) de que a compra valeu a pena!!!!!!!

Coragem

Olá! Sim, tem muito tempo que não venho por aqui. E hoje, nessa tarde onde parece que a primavera resolveu descansar um pouco mais e nos presenteia horinhas de frio, estou no escritório* da nossa casa**, tomando um vinho tinto ao som da rádio que toca Mellow Jazz, enquanto meu namorado faz a mesma coisa, só que na sala. 

Não estava desaparecida, apenas não encontrava o momento. Ou a vontade de escrever e veja bem como são as coisas, hoje, assim, de repente, noto meus dedos "tecleando"...

Fui no Brasil, voltei. Coloquei pontos finais em relações onde eu não pude me despedir (agora um pouco de saudade invade o coração). Conheci as novas crianças da minha família, incluindo Duda, minha irmã. Reencontrei muita gente em 15 dias de felicidade, verão e água de côco em pleno mês de dezembro.

E minha ida (e minha volta) já havia sido pré-destinada a ser um ponto de partida para uma nova fase.

Nunca pensei que tão "cedo" tivesse um escritório* em casa. Com livros de todos os tipos, caderninhos de todos os modelos, canetas de todas as cores. E isso também explica o fato da casa agora ser de dois que compartilham uma. Hoje, minha querida Monumental é a nossa casa**. Não sei por quanto tempo mas, atualmente é onde pela noite tem cheirinhos de vela aromática, incenso, luz tênue. Cenário de jantares e bailes fantásticos a dois. Amanheceres ao som de Vivaldi e Mozart. Lugar onde se fala catalão, português, espanhol e amor. Onde dormimos em um tatami improvisado e da nossa maneira, bem essa onde só um casal pode entender, aproveitamos o vai e vem da vida e sim, sou feliz. E me atrevo a corrigir a frase anterior: e sim, somos felizes. Descobertas, sensações, aprendizado. E uma boa taça de vinho para brindar o próximo passo.

Continuo escrevendo meu livro, as vezes a história fica um pouco perturbada e tenho que parar e procurar mais inspiração. As vezes, consigo escrever parágrafos tão intensos e felizes que o livro pula! E assim, cada dia um pouquinho mais, até chegar nesse ponto que eu sei bem qual é mas, ainda não cheguei. O bom de tudo isso é que estou bem. Me sinto bem. E forte. Mais e sempre forte. Tudo isso, sempre esteve e continuará aparecendo em cada capítulo.

Essa foi uma das últimas fotos que tirei no ano passado, antes da minha viagem ao Brasil. Era um momento de despedida e me vejo tão serena. Mesmo com o coração apertado por ir tão longe, me vejo (e estava) serena. Em paz. Porque mesmo antes de começar 2013, eu já tinha decidido qual seria a palavra que me acompanharia nesse novo calendário que começava: CORAGEM.

*,**: A nossa casinha tem um escritório porque além de bons amantes e apreciadores do bom vinho, o namorado escreve suas obras. E acho que a partir de agora, voltarei a colocar meu hobby de escritora em dia.

"A vida é arte do encontro"*

"Saber Viver" - Cora Coralina

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

*Vale a pena escutar o poema e logo escutar "Samba da benção" de Vinicius de Moraes, tudo no mesmo vídeo.